domingo, 24 de abril de 2011

a lua renasce...

Contos de Lua no Chão no FESTA - Festival Santista de Teatro

Depois do silêncio e do choque do trabalho na penitenciária feminina em 2010, o grupo decide em 2011 frear um pouco o fluxo ininterrupto de produção, produção, produção de trabalhos novos para dar devida atenção àquilo já criado. Trazer de novo a tona antigos trabalhos e buscas... aprofundar e dar continuidade às pesquisas já iniciadas (pois é fato que nunca estiveram e nunca estarão conclusas).
Nesse fluxo optou-se por dar vida novamente ao espetáculo desenvolvido no ano de 2009, Contos de Lua no Chão. Este trabalho que nasceu de uma intensidade tão grande de inquietações na relação com a realidade urbana, por certo ainda teria, ainda tem, muito que nos instigar.
O primeiro ambiente que se interessou pela vinda do trabalho, foi o FESTA. Como qualquer retomada de algo que havia sido deixado pra trás, mentiríamos em dizer que não passamos por mil percalços, dores de cabeça, quiprocós, para poder realizar as duas apresentações do trabalho no festival... Mas isso não retira a potência que sentimos ao ver as questões do espetáculo serem de novo levantadas por entre a arquitetura de uma grande cidade...
Fomos incrivelmente bem recebidos e bem cuidados pela equipe do festival, estamos imensamente agradecidos... Esse encontro nos dá um novo ânimo para seguir nessa empreitada de renascimento... Um novo sopro de sentido diante desse trabalho, diante dessas luas que erguemos. Realmente... obrigado.
A primeira apresentação... as surpresas, as desordens de um recomeço... coisas essenciais que são esquecidas, resoluções malucas conquistadas na hora. A generosidade do homem que cede-nos a bateria de um carro... As crianças, dominando energicamente a possibilidade de mesclar ficção ao real.
A segunda apresentação... tudo relativamente mais tranquilo. As pessoas do festival como público. O espetáculo apresentado como uma oferta em retorna da generosidade com a qual fomos recepcionados... A força dos olhares a nos acompanhar pela tragetória. A prisão, as árvores, a fonte, a arena...
Foi um bonito e importante recomeço esse do festival... essa FESTA.
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Esperamos que ainda possamos sentir as reverberações desse festival por um tempo. E que realmente as pessoas nos escrevam sobre suas impressões, sobre suas inquietações, sobre suas críticas acerca do trabalho... sintam nossas portas abertas, por favor, elas estão. Apresentar é apenas o começo...