quinta-feira, 15 de julho de 2010

Valsantes

Cinco mulheres. Uma tocava, outras dançavam. Dançavam a memória, dançavam o feminino. Dançavam a possibilidade da vida entre o concreto dos prédios da Paulista, a possibilidade de abrir os braços e entrever o céu. Dançavam...

E como não?
E por que não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim
Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim

Ela valsando
Só na madrugada
Se julgando amada...

Valsando como valsa
Uma criança
Que entra na roda
A noite tá no fim

Ela teimou
E enfrentou o mundo
Se rodopiando ao som
Dos Bandolins

Sem temer o julgamento dos olhares, e uma vez sem esconder o que a singeleza guarda, caminharam, explicitas, pela cidade.

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