segunda-feira, 19 de julho de 2010

Facas confiscadas. Mulheres desarmadas.
Sabem o que fazer. Devem esfregar, apenas, o chão.
O chão da Paulista, o chão em frente a banco, qualquer chão.

É preciso limpar.

"Desculpa, senhor." "Desculpa, senhor".
Esfregam e se desculpam.
Incessantemente.

É preciso limpar, mesmo que o trabalho não tenha fim.
É preciso trabalhar, mesmo que não haja mais trabalho.

É preciso limpar-se.

É preciso redmir-se.

"Desculpa, senhores."

Até que finalmente lhe anunciem o momento de parar.

Breve intervalo, antes da hora de ter que recomeçar.

"Me dá um cigarro, por favor?"



2 comentários:

Antônio Meira disse...

Intenso, os avessos empreguinado do chão.Nos transcende.

Antônio Meira disse...

Intenso, os avessos empreguinado do chão.Nos transcende.