quarta-feira, 22 de setembro de 2010

um encontro. um espelhamento...

Estava a ler Manoel de Barros. E me deparo com um poema, do livro Menino do Mato, que de repente pareceu falar de nós. Nesse ano de Ausências... Para quem não é do grupo, leia como uma tradução do que está a ser adentrar a penitenciária... E para vocês, que estão junto comigo, ofereço o poema como um presente...

O abandono do lugar me abraçou de com
força.
E atingiu meu olhar para toda a vida.
Tudo que conheci depois veio carregado
de abandono.
Não havia no lugar nenhum caminho de
fugir.
A gente se inventava de caminhos com
as novas palavras.
A gente era como um pedaço de
formiga no chão.
Por isso o nosso gosto era só de
desver o mundo.

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